Tangerine

Tangerine

Por | 2015-10-05T02:35:09-03:00 5 de outubro de 2015|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Tangerina (Tangerine). (Comédia/Drama); Elenco: Kitana Kiki Rodriguez, Mya Taylor, Karren Karagulian, James Ransone; Direção: Sean Baker; USA, 2015. 88 Min. #FestivalDoRio2015

Concorrendo ao prêmio Félix do Festival do Rio 2015 “Tangerine” possui temática referente ao mundo Queer e já recebeu quatro prêmios em festivais esse ano, foi seleção oficial de Sundance e indicado a melhor filme no London Festival. O que “Tangerine” tem que o outros não têm? Além de estrelado por atrizes travestis, foi todo filmado com celulares de última geração (Iphones) e foi justamente neste quesito que foi ovacionado. O filme tem uma pegada de submundo, contextualizado em Los Angeles e ainda versa sobre hipocrisia, sobrevivência, felicidade e o que é verdadeiro nas relações contemporâneas.

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Sin-Dee (Kitana Kiki) acaba de sair da cadeia depois de uma pena de 28 dias e descobre através de sua amiga Alexandra (Mya Taylor) que seu namorado/cafetão Chester (James Ransone) está com outra pessoa. E esta é uma mulher….de verdade, natural. Possessa Sin-Dee vai à caça do namorado para pedir satisfações e depois atrás da ‘amante’. Nesse ínterim o taxi de Razmik (Karren Karagulian), um imigrante romeno é o palco do cotidiano de Los Angeles. Ali os passageiros são um pouco de tudo que tem na cidade e a questiona,  o próprio Razmik se imiscue neste contexto paradoxal, numa crítica visceral a hipocrisia.

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O longa é dirigido por Sean Baker  de “Prince of Broadway” (2008).  Com “Tangerine” foi agraciado com o premio do júri do Festival de Deauville; o Câmera Independente do Karlovy Vary Festival; O Director to Watch do Festival de Palms Springs e o Stanley Kubrick Awards do Tranverse City film Festival. O diferencial do filme é, realmente, a modalidade de filmagem, a façanha foi realizada em conjunto com Radium Cheung, e o roteiro em parceria com Chris Bergoc. Mas  poderosa mesmo foi a  mistura de Beethoven remixado,  com MCs em canções no estilo funk,  numa trilha sonora muito louca e que espelha o paradoxo das ações e emoções das personagens na história.

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“Tangerine” é aparentemente uma produção de fundo de quintal que ganhou vida própria. Um filme que aborda o submundo da prostituição e das drogas, e as relações humanas, de uma forma geral, dentro desse caos de selva de cidade grande. Faz referência a “Minha Adorável Lavanderia” (1985) de Stephen Frears e algumas reflexões nas quais não se proposita a se aprofundar, mas sim deixar no ar. O longa de Sean Baker é uma boa pedida para se despir do preconceito e fazer análises sobre as válvulas de escape da hipocrisia. Mas a pegada é de diversão mesmo.

  • Festival do Rio 2015 – Mostra Expectativa.
  • “Tangerine” ganhou o prêmio Félix do Festival do Rio 2015. (editado em 05/02/2016)
  • Classificação indicativa: não recomendado para menores de 16 anos

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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