Tomb Raider: A Origem

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Tomb Raider: A Origem

Por | 2018-06-16T19:51:02-03:00 17 de março de 2018|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Tomb Raider: A Origem (Tomb Raider) (Aventura/Ação) Elenco: Alicia Vikander, Dominic West, Walton Goggins, Daniel Wu, Kristtin Scott Thomas; Direção: Roar Uthaug; Reino Unido/USA, 2018. 118 Min.

Nascido dos vídeo-games em 1996, que viraram História em Quadrinhos (HQs) em 1998 e depois filme em 2001 e 2003 estrelados por Angelina Jolie, “Tomb Raider” tem como protagonista Lara Croft, a heroína britânica e aventureira mais bem sucedida no universo dos jogos, numa das séries de games mais vendidas no mundo. Dessa vez ela vem encarnada em Alicia Vikander, e trocou o top verde e os shortinho preto, sensualidade e duas armas, uma de cada lado, por um comportado look de botas, calça caqui e camiseta, primando pela inteligência, a força do tônus muscular e sem romance tosco. “Tomb Raider A Origem” é um prequel que nos apresenta o início das aventuras da musa dirigido pelo norueguês Roar Uthaug.

 

Roterizado por Geneva Robertson Dworet de “Capitã Marvel” (2019) – em fase de filmagem – e Alastair Siddons de “Não Ultrapasse” (2016), o longa mostra a infância e a relação de Lara Croft (Alicia Vikander) com o pai, Lord Croft (Dominic West) e o que a motivou a continuar na sua sanha aventuresca.  A saga começa na tentativa de descobrir um mistério sobre as pesquisas do pai. Isso  a leva a procurar o túmulo de uma rainha japonesa chamada Himiko, cuja fama era a de ser a mais malévola da dinastia e carregar consigo uma maldição;  e se defrontar com o temido e sem limites Mathias Vogel (Walton Goggins). Um homem ganancioso que pertence a uma organização chamada trindade, que tem por objetivo descobrir o local da sepultura da rainha, retira-la de lá e alastrar a sua maldição para o mundo. Tudo isso numa saga que envolve enigmas, achados arqueológicos  e muita ação.

 

O que brilha na história é o roteiro com seus rodeios intrincados e um desfecho inteligente que promete continuidade. A atriz sueca Alicia Vikander de “A Garota Dinamarquesa” (2015) está com uma excelente desenvoltura, em nada deixando a desejar à personagem dos jogos e HQs. Dominic West de “The Square” (2017) faz um aponte entre a heroína e seus motivos para a aventura, não passando disso, com aparições poucas e curtas. Já Walton Goggins de “Os Oito Odiados” (2015) é um vilão interessante, mas comum. O longa nos faz lembrar as aventuras de Indiana Jones nos seus melhores dias.

 

Quanto às tecnicalidades o que salta aos ouvidos e aos olhos é a trilha sonora do multifacetado Junkle LX de “Mad Max: Estrada da Fúria” (2015), “Deadpool” (2016), “Batman Vs Superman” (2016); e a edição de Tom Harrison que trabalhou em “Missão Impossível: Nação Secreta” (2015) e Michael Tronick de “Bright” (2017). O filme não tem a mesma potência dos jogos que, chegaram a ganhar o Origins Awards de melhor jogo em 1997 e 2006, mas fez bonito em revitalizar a heroína na telona para quem curte o gênero.

 

“Tomb Raider: A Origem” não tem sensualidade, mas inteligência, velocidade e força. O que nos mostra o cinema como produto da mentalidade de uma época e fruto de seu tempo histórico. Tempo esse em que, primando pelo ‘politicamente correto’, os usos da sensualidade são mais direcionados a contextos procedentes, em que toda nudez será castigada e todo vilipêndio a inteligência feminina também. Que o diga, “Ghostbusters” (2016). No mais, “Tomb Raider” (no original) faz jus a releitura, mas quem decide se emplaca ou não é o público. Quem está na fila para embarcar na ideia é “Warcraft”. Se a moda pega…..

Sobre o Autor:

Crítica cinematográfica, editora do site Cinema & Movimento, mestre em educação, professora de História e Filosofia e pesquisadora de cinema. Acredito no potencial do cinema para fomentar pensamento, informar, instigar curiosidades e ser um nicho rico para pesquisas, por serem registros de seus tempos em relação a indícios de mentalidades, nível tecnológico e momento histórico.

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