‘Top Gun: Maverick’ uma atualização bem sucedida

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‘Top Gun: Maverick’ uma atualização bem sucedida

Por | 2022-05-26T15:31:07-03:00 26 de maio de 2022|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Top Gun: Maverick (Drama/Ação); Elenco: Tom Cruise, Jennifer Connelly, Miles Teller, Val Kilmer; Direção: Joseph Kosinski; USA, 2022. 131 Min.

Ele está de volta!…de volta? Tom Cruise nunca saiu das telonas. E com um filme atrás do outro, grandes sucessos de bilheteria, com direito a pré-estreias memoráveis pelo mundo (Top Gun: Maverick estreou no reino Unido com direito a presença da família real), e tudo isso com a mesma cara de 30 atrás, matando de inveja até Dorian Gray (que Oscar Wilde não me ouça). A referência à volta é a do personagem Maverick do primeiro filme “Top Gun: Ases Indomáveis” (1986), filme que ninguém imaginava, lá pelos idos dos anos 80s, ter uma continuação. E ai está ela, e sem decepcionar, ao contrário, se atualizou com sucesso.

“Top Gun: Maverick” tem a mesma pegada de ação e velocidade, romance, farpas e insubordinações do seu original, mas com a ajudinha de uma tecnologia do século XXI, o IMAX. Tom cruise não gosta muito de efeitos especiais, prefere fazer ele mesmo as cenas mais perigosas e tem uma energia e coragem admiráveis. Não foi diferente dessa vez, poucos efeitos especiais, voos reais pilotados por pilotos de verdade com os atores de carona e uma filmagem em IMAX que transforma a tela num mundo, neste caso no céu. Não faltou nem homenagem a Val Kilmer, através da personagem de Tom Kazanski, o “Iceman”.

Como definir um filme popular, ‘Blockbuster” que tem arcos comuns e bem definidos (previsíveis)? Como ressaltar seus aspectos positivos, sendo que são tão corriqueiros (o que chamamos de mais do mesmo)? Vendo a que público ele atende e, se na proposta que ele traz, existe meticulosidade e primorosidade. (sim, não são somente os filmes de arte que têm primor). “Top Gun: Maverick”, como tudo o que Tom Cruise aceita participar, seja como ator e/ou como produtor, como é o caso, é bem desenhado. Se é para ser o que se propõe que seja bem feito, como exemplo temos os filmes da franquia “Missão Impossível”. Se tem que tem que ter ação que a tenha milimetradamente; se tem que ser engraçado que o seja competentemente; se tem que ter romance, que seja pelo menos, crível. E é isso que vemos em “Top Gun: Maverick”.

Dirigido por Joseph Kosinski, um engenheiro mecânico com ênfase em Design especializado em arquitetura, que dá um show na filmagem das cenas de ação com amplitudes e narrativa imagética que a edição de Eddie Hamilton (Missão Impossível/Kingsman/X-Men) asseverou, o longa não decepciona. Faz remetência ao anterior, conectando ganchos importantes para história e conquista um novo público com as cenas de ação no céu de tirar o fôlego.. Conhecido pelos filmes ” Homens de Coragem” (2017); “Oblivion” (2013) – em que trabalhou com Tom Cruise e; “Tron: O Legado” (2010), Kosinski se mostrou um às no uso de tecnologia e nas abordagens sobre tecnologia; nos takes de ação; nas filmagens de grandes planos abertos e na administração de efeitos especiais ao longo de sua carreira.

Baseado no longa original de 1986 de Jim Cash (1941-2000) e Jack Epps Jr., com a continuação da história criada por Peter Craig e Justin Mark “Top Gun: Maverick” foi roteirizado por Ehren Kruger (Suspeitos da Rua Arling/1999); Eric Warren Singer (Trapaça/2003) e; Christopher McQuirrel (Missão Impossível 2015/2018). Que misturou vida pessoal, passado/presente, lealdade e compromisso com muita ação e tiradas engraçadas, fazendo um link muito especial com a vibe do primeiro longa. temperando o segundo produto dessa história com competência, tornando o entretimento respeitável. Na história, Peter “Maverick” Mitchell (Tom Cruise) é punido sendo designado como instrutor de voo de uma turma de novos ases indomáveis.

A marca registrada de Top Gun foi respeitada e atualizada. Se, naquela época, há 36 anos atrás, foram produzidos takes sensacionais de voos de caça F-5 (chamado de MIG-28) para o cinema que eternizaram o filme. Hoje, a estrela dos filmagens é um f-18 que faz do céu um espaço de vídeo-game, carregando os atores de carona, e com direito a chamar um f-14 de peça de museu. A comédia no filme é muito discreta e um refresco genial, usado num timing acertadíssimo. O que importa é que as cenas são um primor, a edição é brilhante e a diversão está garantidíssima. Ou seja, entretenimento nota mil.

O longa dirigido por Joseph é para todos os públicos, mas principalmente, para aqueles que assistiram no cinema em 1986. Para quem não curte a velocidade de vídeo-game, a salvação é o desfile de homens lindos. E para quem gosta de pensar também tem espaço… Por que mesmo quando falamos de amor, de solidariedade, de gratidão, de lealdade e afins, tem que se num contexto de guerra, de sabotagem, de explosão e de atrito? Por que o inimigo não tem nome, nem nacionalidade? E isso não é deslize de roteiro nem de produção, possivelmente é, em primeiro lugar, pela nossa natureza bélica e; em segundo lugar, pelos conflitos vividos neste momento no leste europeu. Já ´basta de botar lenha na fogueira, mesmo pondo indiretamente, não nos esqueçamos que a OTAN é a representação da América na Europa.

“Top Gun: Maverick” para o gênero ação e para o público ao qual se dirige, também é um trabalho magistral de edição e de som. Se é melhor que primeiro? É claro! Em tudo. E vale cada centavo do ingresso.

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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