Truque de Mestre – o 2º Ato

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Truque de Mestre – o 2º Ato

Por | 2018-06-17T00:29:39-03:00 16 de junho de 2016|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Truque de Mestre: O 2º Ato (Now You See Me 2) (Ação/Comédia/Thriller); Elenco: Jesse Einsenberg, Lizzy Caplan Mark Ruffalo, Woody Harrelson, Dave Franco, Daniel Radcliffe, Michael Caine, Morgan Freeman; Direção: Jon M. Chu; USA, 2016. 129 Min.

“Quanto mais perto você olha, menos você vê” (NYSM)

Com um elenco de peso que chama público desde a primeira parte “Truque de Mestre: O 2º Ato” trabalha bem a desconstrução do que se vê e tem uma proposta de show de mágica adaptada para a linguagem cinematográfica em que as variantes são o espetáculo e as explicações da logística da ilusão. A história tem inspiração numa sociedade secreta do antigo Egito chamada “Olho” (segundo o enredo) que roubava comida dos faraós para distribuir aos escravos através do aperfeiçoamento da mágica. Logo, o grupo dos quatro cavaleiros tem como objetivo o uso da mágica e da ilusão para fazer justiça.

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Daniel Atlas (Jesse Eisenberg), Lula (Lizzy Caplan), Merrit Mckinney (Woody Harrelson) e Jack Wilder (Dave Franco) são os quatro mágicos, cavaleiros de uma organização liderada por Dylan Rhodes (Mark Ruffalo) e que agora trabalham para o FBI. Neste episódio eles têm que roubar um super software que dá a cesso ilimitado aos computadores de todo o mundo. Referenciados em David Copperfield com consultoria do mágico David Kwong em “Truque de Mestre” (2013) “…O 2º Ato” tem o próprio David Copperfield como co-produtor e consultor. Com isso o longa metragem ganha ares de espetáculo a céu aberto transformando uma cidade em um grande palco do show business  em forma de filme.

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A franquia desconstrói os conceitos básicos do ilusionismo, quando direciona os holofotes para o desvio de atenção, confessando-os e explicando-os, além de tê-lo como palavra-chave na nova sequência cinematográfica. Aborda os bastidores dos feitos, compara as jogadas da vida e seus ‘acasos’ com as engrenagens de uma mágica, em que, só não enxergamos porque atendemos ao desvio de atenção; e trabalha muito bem a simultaneidade como conceito e uso.

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Dirigido por Jon M. Chu, mais voltado para  blockbusters enlatados cujo contexto é o mundo do espetáculo como: “Justin Bieber: Never Say” (2011) e “Ela Dança, Eu Danço 2” (2008) o longa-metragem mistura show de mágica com vingança social num ritmo alucinado. Escrito e roteirizado por Ed Solomon de “Homens de Preto” (1997), nos remete à sequencia de “Onze Homens e Um Segredo”(2001) pela pegada cômica e irônica, a velocidade nas ações, o ritmo cadenciado e a aceitação de missões impossíveis. O que se destaca são: a trilha sonora  e a edição. A primeira, vai de Puccini, passando por Mozart, Burt Bacharach à Jimi Hendrix , e de lambuja,  ainda tira uma onda com Mc Hot Dog. A segunda é um trabalho genial de Stan Salfas de “Alias” (2001) e “O Planeta dos Macacos” (2014).

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Longe de ter os engendramentos de “O Grande Truque” (2006) de Christopher Nolan, ou ainda, “O Ilusionista” (2006) de Neil Burger, “Truque de Mestre: O 2º Ato” é uma mistura de filme policial e espetáculo, que questiona o FBI, o sistema capitalista, faz uma releitura de Hobin Hood – trazendo justiceiros pós-modernos a serviço do “Olho” – tudo isso com muita diversão e comercialidade. Mas o que define, possivelmente, o longa-metragem é o ritmo e a cadência geniais que desafiam a atenção de qualquer um. Vale o ingresso.

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Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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