Tudo Por Amor Ao Cinema

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Tudo Por Amor Ao Cinema

Por | 2018-06-16T23:54:53-03:00 29 de julho de 2015|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Tudo Por Amor Ao Cinema. (Documentário/Biografia); Participações: Cosme Alves Netto, Eduardo Coutinho, Cacá Diegues, Wladimir Carvalho, Nelson Pereira dos Santos, Silvio Tendler; Direção: Aurélio Michiles; Brasil/Cuba, 2014. 98 Min.

Cosme Alves Netto (1937-1996) foi um estudioso do cinema brasileiro, diretor da cinemateca do MAM (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro) por mais de três décadas, programador do antigo cinema Paissandu, formado em Comunicação Social (PUC) e Filosofia (UFRJ). Seria só mais um currículo admirável se não fosse pelo seu feito – a preservação da memória do cinema nacional – e pelo período histórico – a ditadura militar. Cosme era movido por uma curiosidade: saber sobre a vida e a morte daqueles filmes que havia assistido durante sua infância, sobre o que acontecia com aqueles filmes e com os demais. Este foi o catalisador para Cosme imiscuir sua história de vida a história do próprio cinema.

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O filme, roteirizado e dirigido por  Aurélio Michiles conta a história desse amante do cinema com dezenas de trechos de filmes antigos preservados – nacionais e internacionais – dentre eles: “Jardim de Guerra” de Neville D’Almeida, “Cabra Marcado pra Morrer” de Eduardo Coutinho, “Os incompreendidos” de François Truffaut, “Bando à Parte” de Jean-Luc Godard, dentre outros. E ainda com trechos de entrevistas de amigos como: Regina Miranda, Cacá Diegues, Nelson Pereira dos Santos, Eduardo Coutinho, Wladimir Carvalho, Silvio Tendler, dentre tantos outros, além de conversas gravadas, depoimentos e entrevistas do próprio Cosme.

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“Tudo por Amor Ao Cinema” tem como menina dos olhos a edição, assinada por Fernando Coimbra, diretor do premiado “O Lobo Atrás da Porta”. É ela (a edição) que dá forma a história imiscuindo  Cosme ao próprio objeto preservado e na linguagem deste. Além trilha sonora de Caíto Marcondes de “O cineasta da Selva” (1997) e da fotografia de André Lorenz Michiles, que alterna os P&B e colorido, dando sensação de viagem no tempo.

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Em suma, o documentário/biografia faz uma justa homenagem ao guardião do cinema nacional, que entra para a história do próprio cinema se tornando o próprio objeto preservado. O longa é uma ode à metalinguagem e composto de uma vastidão de metáforas. Um verdadeiro arquivo de preservação de memória em 98 Minutos. Um deleite para os que gostam de cinema e vão assistir trechos de preciosidades históricas. E um instrumento para se  conhecer a história desse brasileiro que ampliou as possibilidades de acesso ao que se tem disponível, hoje, de acervo histórico do cinema nacional, nas diversas plataformas de exibição, e possibilitou a circulação desses bens culturais, além de fomentar a importância e a necessidade da  preservação no espectador comum.  Um primor!

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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