Uma Família Feliz

Uma Família Feliz

Por | 2018-06-17T00:53:21-03:00 25 de agosto de 2017|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Uma Família Feliz (Happy Family) (Animação/Comédia/Família); Elenco: Emily Watson/Juliana Paes, Jason Isaacs, Nick Frost, Jessica Brown Findlay, Ethan Rouse; Direção: Holger Tappe; Alemanha/Reino Unido, 2017. 96 Min.

Esqueçam as animações norte-americanas. Está em cartaz uma produção alemã dirigida por Holger Tappe (especialista em animações). Que versa sobre felicidade, a importância da união e da família. Baseada no livro de David Safier, o longa-metragem junta os estilos da “Família Adams” e “Hotel Transilvânia” e dá um show de abordagem e diversão.

A história consiste na procura do Conde Drácula (Jason Isaacs) por uma companheira que seja vampira mas que não perca a essência humana. Depois que esbarra com Emma( Emily Watson/Juliana Paes) decide que será ela a sua amada. Então pede a uma bruxa atrapalhada Baba Yaga (Catherine Tate), sua prisioneira, que a transforme numa vampira (só assim a essência humana não se perderia). O feitiço se superpotencializa e pega toda a família. Sim, ela é casada, e sim, é mãe de dois filhos. A história a partir daí se desenrola sobre as conexões e desconexões que as pessoas têm entre si. A definição de felicidade é belíssima. A abordagem dos conceitos trabalhados é didática e competente. Explica os conceitos na prática do cotidiano dos personagens, transformando a abstração conceitual numa coisa bem fácil de assimilar. As cores são vivas, o humor é sagaz e irreverente. Os descansos de atenção entre as cenas mais empolgantes são adequados para crianças a partir de 3 anos. As cores também são adequadas para prender a atenção no enredo. Quem mandou bem foi a trilha sonora composta por Hendrick Schwarzer, que é hilária quando tem que ser tensa, desconstruindo o medo. A tensão é na medida para crianças menores e em alguns momentos tem um ar magnífico de pastelão.

A produção é alemã, tem outra pegada. Bem diferente dos enredos e abordagens americanos. Culturalmente tem profundidade na abordagem conceitual sem ser chata.  O roteiro foi escrito a seis mãos. Quem encabeçou a equipe foi a roteirista Catharina Junk de “The Dark Side of the Moon” juntamente com o autor do livro, e contou também com mais quatro escritores adicionais (todos conhecidos nacionalmente na Alemanha e sem muito destaque internacional). A noção de responsabilidade com o público alvo – as crianças – é de se tirar o chapéu. Quanto ao diretor Holger Tappe, seu forte são as animações, no seu currículo todos os créditos são da categoria. Na terra de friedrich Murnal e Fritz Lang cultura é um produto levado muito a sério e Tappe traz isso para suas animações, que são voltadas para o público daquele país. “Uma Família feliz” é a primeira animação de Tappe voltada para o público internacional. Talvez por isso o tema seja universal: felicidade, família e união.

No mais, “Uma Família feliz” é uma animação de qualidade técnica excelente, sem precisar de pirotecnias e de muito bom gosto na abordagem, com um humor irônico, sarcástico e inteligente. Logo, se torna um produto que pode ser consumido pela família inteira sem a menor moderação. Pois é leve, divertido e fecha redondinho.


 

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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