‘Venom’ a era dos vilões

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‘Venom’ a era dos vilões

Por | 2018-10-06T14:16:29-03:00 5 de outubro de 2018|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Venom (Ação/Horror/Ficção-científica); Elenco: Tom Hardy, Michelle Williams, Riz Ahmed; Direção: Ruben Fleischer; USA, 2018. 112 Min.

Depois de “Deadpool” os vilões andam fazendo carreira solo. Agora é a vez de Venom. Pertencente ao universo do Homem-Aranha, o simbionte foi apresentado ao público no crossover de quadrinhos intitulado “Guerras Secretas” entre 1984/1985 como o uniforme negro vivo do Homem-Aranha com propriedades regenerativas e  adaptativas, com características de potencialização da agressividade e tendo como ponto fraco ondas sonoras. Na edição 105 da revista do aracnídeo de 1992, o alienígena simbionte se une a Eddie Brock na mesma catedral em que é separado do Homem-Aranha. É sobre essa união que o longa “Venom” aborda, porém na seara da ficção científica e com outras cores e abordagens mais cabíveis a transposição da linguagem dos quadrinhos para o cinema.

Eddi Brock (Tom Hardy) é um repórter que cobre eventos de violência. Após a queda de uma nave espacial que trazia um alienígena, Eddie descobre que pesquisas antiéticas estão sendo realizadas pelo pesquisador Carlton Drake (Riz Ahmed) da Fundação Vida e resolve confronta-lo. Perde seu emprego e sua jornada começa quando se torna hospedeiro de Venom. Sem abrir mão das características de violência de Venom tudo é abordado com muito humor e ação. O longa que apresenta o simbionte em carreira solo é uma extensão melhorada do que é apresentado em “Homem-Aranha 3” (2007) na versão cinematográfica.

Dirigido por Ruben Fleischer de “Zumbilândia” (2009) e roteirizado a seis mãos em cima da criação de Tood Mcfarlane e David Michelinie, o longa tem camadas de abordagens inteligentes embora seu objetivo seja a diversão. Traz para a conversa as diferenças sociais, a falta de ética, a fragilidade do cidadão comum diante da violência urbana sem deixar de ser um produto Marvel feito para o entretenimento. Apesar da violência característica da personagem, são inseridas pitadas de comédia no ponto certo e com as bençãos de Stan Lee, que aparece graciosamente como sempre. Na equipe de produção tem roteirista de “A Torre Negra” (2007), de “Jumamji: Bem Vindo à Selva” (2017) e de “Cinquenta Tons de Cinza” (2015). O designer de produção é o mesmo de “Esquadrão Suicida” (2016). Logo, não há nenhuma pretensão de abordagem filosófica e sim à comercialidade e ao entretenimento e como produto desse nicho funciona bem.

“Venom” é a continuidade de uma linha recém inaugurada no universo expandido cinematográfico, a dos vilões. Cai, então, aquele tradicionalismo de por o espectador para torcer pelo mocinho com todo um perfil certinho e padronizado. Hoje, o vilão é o mocinho com todos os seus defeitos e arestas, e funciona. Para quem gosta de ação, muito CGI e alguma tirada engraçada, vale a pena conferir. Em tempo: tem duas cenas pós-créditos.

 

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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