‘Voando Alto’ e as primeiras lições sobre diferenças

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‘Voando Alto’ e as primeiras lições sobre diferenças

Por | 2019-08-07T22:54:01-03:00 7 de agosto de 2019|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Voando Alto (Manu The Swift) (Animação/Aventura); Elenco:Kate Winslet/Alessandra Araujo; Willem Dafoe/Marcelo Pissardini; David Shaughnessy/Cassius Romero; Direção:Christian Haas & Andrea Block; Alemanha, 2019. 90 Min.

Diretamente da Alemanha, pousa em nosso circuito uma animação que conta uma história sobre relações sociais (família, amigos, amor, coletividade, individualidade, e tal). Ambientada no mundo dos pássaros e dirigido por Christian Haas e Andrea Block “Voando alto” tem a missão de cativar os pimpolhos com cores, música, ludicidade e muita argumentação posta de forma bem didática, com um excelente roteiro e muita qualidade técnica, sem exageros e extravagâncias em tecnologia. Ao contrário, simplicidade é veio condutor da obra.

Manu (Kate Winslet/Alessandra Araújo) é uma andorinha órfã que acaba num ninho de gaivotas que não tem filhotes. Depois de muitas tentativas de adaptação – umas bem sucedidas, outras nem tanto – Manu encontra outros de sua espécie e consolida sua identidade de andorinha. O argumento do longa é muito bem posto quando compara as diferenças estruturais, aborda o sofrimento de Manu para se encaixar em critérios alheios para ser aceito. E, por fim, ressalta os aspectos em comuns que têm as duas espécies, fomentando o respeito à diferença, a valorização de suas características, a busca pelo caminho da própria aceitação e da harmonização com os demais tendo, justamente, as diferenças como argamassa dessa união, pelo simples de fato de se completarem em suas necessidades.

Tecnicamente, além de didático, no que diz respeito a argumentação é bem equalizado entre momentos de ação e de descanso de atenção para os pimpolhos menores. Na ludicidade possui cores fortes, alegres e muita música. O roteiro final ficou a cargo de Gregory Baranes de “Caçadores de Dragões” (2010) – uma série de animação para TV – e as composições ficaram sob a batuta de Frank Schreiber de “Mes” (2011) e seu pupilo Steffen Wick.

“Manu the Swift” (No original) é uma animação que tem no roteiro seu mais precioso ingrediente e não deixa a desejar naquilo que é importante num produto para crianças: ludicidade e graça. O longa surpreende vindo de um turma com pouca experiência no nicho da animação e não fica devendo em nada às grandes produções de grandes estúdios americanos. A alemã LUXX film mandou muito bem. Vale a pena conferir!

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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