‘Welcome to Chechnya’ um painel doloroso de homofobia

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‘Welcome to Chechnya’ um painel doloroso de homofobia

Por | 2020-10-23T18:47:36-03:00 23 de outubro de 2020|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Welcome to Chechnya (Documentário); Participações: Olga Baranova, David Isteev, Maxim LApunov; Direção: David France; USA, 2020. 107 Min. #MostraInternacionaldeCinemadeSaoPaulo2020 #mostrasp #44mostra

Num misto de reconstituição e imagens de arquivo, o documentário “Welcome to Chechnya” dirigido por David France traz como denúncia para o mundo o que acontece a um cidadão checheno gay ou lésbica. As perseguições, ataques, torturas, desaparecimentos e mortes. Além da logística de Organizações Não Governamentais (ONGs) ativistas dos direitos LGBTs, na tentativa insana e angustiante de salvar vidas de arcabouços de crenças discriminatórias e limitantes do leste europeu.

David France (diretor) e Tyler H. Walk (roteirista e editor) contam a história de Maxim Lapunov, um gay que decidiu enfrentar o sistema e denunciar as torturas e desaparecimentos de gays e lésbicas na Chechnya. O acompanhamento de seu cotidiano e de outros refugiados em abrigos de proteção é um painel de dor, solidão e traumas. Uma das abordagens é dos depoimentos do protetores, agentes das ONGs e guias dos refugiados, além dos vídeos de violências reais interceptados pelo movimento ativista LGBTs que dão suporte à empreitada.

O longa teve doze premiações no mundo inteiro. Entre eles: três prêmios no Festival de Berlim (Amnesty International Film Prize, Panorama Audience Award e o prêmio Teddy); no Hot Docs Canadian Documentary Film Festival recebeu o prêmio do público; no One World International Human Rights Documentary Film Festival recebeu o prêmio ‘direito de saber’ e; no Thessaloniki Documentary Film Festival o prêmio da crítica internacional (FIPRESCI). “Welcome to Chechnya” concorre ao prêmio no Perspectiva Internacional da 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

O documentário é uma obra cinematográfica de denúncia que nos faz refletir sobre o que leva alguém ser cruel com o outro pelo exercício de sua privacidade, sobre a crueldade e a perfídia no cerceamento da liberdade alheia e do direito à felicidade. Monta um painel bem claro de homofobia cultural incitada por valores morais daquele país, com requintes de deboche por parte de seu presidente. “Welcome to Chechnya” é uma viagem pela dor do outro e sem anestesia. Vale a reflexão!

  • O filme foi assistido em cabine da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo no dia 17/10. @mostrasp #mostrasp #44mostra

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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