Zootopia: Essa Cidade é o Bicho

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Zootopia: Essa Cidade é o Bicho

Por | 2016-03-30T02:54:54-03:00 30 de março de 2016|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Zootopia: Essa Cidade é o Bicho (Zootopia). (Animação/Ação/Aventura); Elenco: Ginnifer Goodwin/Mônica Iozzi, Jason Bateman/Rodrigo Lombardi, Idris Elba, JK Simmons; Direção: Byron Howard, Rich Moore e Jared Bush; USA, 2016. 108 min.

A mais recente animação da Disney em cartaz é “Zootopia: Essa Cidade é o Bicho”. Sem abrir mão de muita cor e mergulhando no mundo das fábulas, o desenho traz argumentações adultas como desconstrução de conceitos estabelecidos culturalmente, abordagens subjetivas e a negação da eugenia – o biologicamente instituído -. Com três diretores e oito roteiristas o longa-metragem é um festival de gente competente do mundo da animação no mesmo metro quadrado.

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Judy (Monica Iozzi) – na versão brasileira- é uma coelhinha que quer ser policial quando crescer, embora na sua família todos sejam plantadores de cenouras. É zombada pelos colegas e desencorajada, carinhosamente, pelos pais. Seu grande inimigo na natureza são as raposas, tidas como traiçoeiras e selvagens. (Em Zootopia o mundo é divido entre predadores e presas). Judy Cresce e consegue se formar na academia de polícia. Porém é designada para o trânsito. Decepcionada, decide investigar por conta própria o desaparecimento de animais predadores. É aí que a história se desenrola com nuances filosóficas.

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O roteiro se aproveita de argumentos pertinentes ao mundo dos clichês dos desenhos animados: um gênio do mal que desenvolve uma fórmula para fazer emergir a verdadeira natureza dos animais, a de ‘bichos selvagens’, para discutir várias questões, dentre elas: o abuso de poder, a manipulação da opinião pública, a possibilidade de desenvolvimento de potencialidades do indivíduo, que estão latentes. e que não são designadas pela natureza, são adquiridas, propõe a diferença entre natureza da espécie de instituição genética, e quebra paradigmas:  não respeita formatações (metáfora do uso do tamanho das portas) e inaugura uma amizade profícua entre um predador e uma presa. “Zootopia” fala de questões atuais pertinentes à convivência.

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“Zootopia” é um desfile de gente boa da animação. Na direção estão Byron Howard, indicado ao Oscar por “Bolt: O supercão” (2008); Rich Moore de “Detona Ralph” (2012) e que também dirigiu alguns episódios dos “Simpsons”; como co-diretor Jared Bush, um dos animadores de “Operação Big Hero” – a animação que levou o Oscar 2014. No roteiro tem gente de “Frozen: Uma Aventura Congelante” (2013),  de “Wall-E” (2008) e de “Carros” (2006). Na edição: Jeremy Milton de “Aviões” (2013) e Fabienne Rowley de “A Casa Monstro” (2006). E na trilha sonora Michael Giacchino de “Up: Altas Aventuras” (2009) pelo qual ganhou o Oscar. Não faltou nem Shakira que dubla (na versão original) a pop Star Gazelle e ainda tem músicas suas na trilha.

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Pra fechar, “Zootopia: Essa cidade é o Bicho” junta diversão e reflexão no mesmo espaço e tempo e se apresenta como um parábola interessante para pensar a nossa utopia, aquela força que nos faz acreditar no que não existe  para que possamos caminhar, e no meio do caminho ir mudando as coisas até que o que não existe passe a existir. É…..Já não se fazem mais desenhos como antigamente. Que Bom!

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Em tempo: A classificação indicativa é livre e o longa é dublado por motivos óbvios (a criançada que ainda não tem velocidade de leitura).

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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  1. Rogerinho 1 de dezembro de 2016 em 16:08 - Responder

    Republicou isso em Blog do Rogerinho.

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