A crítica cinematográfica é a ponte entre o espectador e o filme, no que diz respeito a possibilidade de entendimento de uma obra em suas múltiplas vertentes. Em sua atuação ela tem sido uma espécie de guia para a escolha de um filme a assistir, seja para confirmar o que se leu ou para questionar ( o que é ótimo!). Tem um tempo marcado para publicação com valor de leitura, e ‘venda’ de um produto quase que como um aval ou uma condenação para aos mais afeitos a uma terceira opinião. Sempre associada a estreias, lançamentos e ineditismos de festivais, a crítica cinematográfica se alimenta de momento.
Agora, o conceito de cinema está se alargando, esta tomando outras nuances. Depois que tivemos uma plataforma streaming (Netflix) com produções concorrendo ao prêmio maior do cinema (Oscar 2017) com “Beasts od no Nation”e, mais recentemente, concorrendo ao prêmio maior do Festival de Canne – o maior festival de cinema do mundo – com “Okja”, não dá mais para fechar os olhos e deixar de perceber que o conceito de cinema, oficialmente, não é mais o que era. O que assistimos em casa, também recebe, hoje, a definição de cinema.
Em relação à crítica, vai ficar mais fácil acompanhar o que se diz sobre uma obra, a partir do momento que ela fica mais acessível, mais barata para seis espectadores- descontados os deslocamentos, refeições e preços do ingressos – o que significa maior consumo de filmes. Isso implica numa chamada de melhor qualidade desses textos ou video/analises, já que não se correrá mais contra o tempo para lançamentos e estreias, para períodos em cartaz, tendo em vista o tempo de exibição também ser alargado.
Aqui não vai nenhum epitáfio para o cinema com seu ritual e tradição como conhecemos. Ele possivelmente continuará existindo para os mais cascudos, para os que primam por uma tela grande, para os que preferem o clima da sala escura, o cheiro da pipoca, possivelmente com projetos novos, como: os grandes clássicos do cinema na telona (oportunidade que essa geração não teve), ou sej vai virar coisa de cinéfilo. Os tempos mudaram e continuarão a mudar. Manter tradições é bom, mas isso não pára o tempo nem a criação de novos paradigmas. Seja porque interessa a uma corporação poderosa, seja porque a violência está exacerbada e é mais seguro ficar em casa (institucionalizando a privação de liberdade) as coisas não serão mais as mesmas.
Mas, nem por isso a gente vai deixar se abater. Resiliência diz respeito ao que fazemos com o fazem conosco e/ou com o que temos à nossa disposição. Para tanto a crítica hoje, a meu ver, deve ser cada vez mais completa.Não há mais morredouro do texto, onde depois da estreia, ou depois que sair de cartaz perde a graça e a importância. A partir dessas mudanças o texto ou análise, seja em que modalidade for, passa a caminhar junto com a obra cinematográfica para ser vista/lida e re-vista/re-lida ao bel prazer do espectador e a qualquer tempo.
Viver em tempos de transição conceitual é isso. Cinema, agora, é a sala da sua casa. E se adaptar a esses novos tempos significa abrir mão de rituais e tradições que as novas gerações já não conhecem e que morrerá conosco. Estamos mudando aos poucos, em doses homeopáticas, assistindo a força silenciosa e discreta da seleção ‘natural’ e o cheiro de novos tempos, felizmente ou infelizmente, a gente ainda não sabe. O que a gente sabe, pela experiência de vida,é que não dá para remar contra a maré.
A partir disso entra em cena no Cinema & Movimento o projeto “Plataforma Streaming” que seguirá de mãos dadas com o projeto “Recomendados” que já usa a plataforma como nicho de seleção de títulos. Venha conosco! E nos acompanhe nesse momento de transição conceitual tendo acesso aos títulos abordados aqui, daí…da sua casa.
Bom dia. Caro amigo, você aceitaria sugestões de filmes para futuras resenhas? Caso positivo, você poderia, por favor, escrever extensas resenhas de filmes dos ícones GENE HACKMAN E HARRISON FORD ( sobretudo dos anos 80 e 90)? Além disso, o mesmo de alguns filmes do querido e saudoso SIR ROGER MOORE ( meu 007 favorito)? Muito obrigado pela atenção e um forte abraço. Em dom, 28 de mai de 2017 às 02:06, cinemaemovimentoblog escreveu:
> Sonia Rocha posted: “A crítica cinematográfica é a ponte entre o > espectador e o filme, no que diz respeito a possibilidade de entendimento > de uma obra em suas múltiplas vertentes. E em sua atuação ela tem sido uma > espécie de guia para a escolha de um filme a assistir, seja pa” >
Olá Antonio,
Podemos fazer sim. Já estamos providenciando uma lista dos filmes mais importantes desses atores e uma vez por mês publicaremos um texto sobre um deles.
Obrigado pelo contato
Abraços
Sonia Rocha
Editora do Blog Cinema e Movimento