Bergman – 100 anos (Bergman: A Year in a life) (Documentário); Participações: Ingmar Bergman, Liv Ullman, Barbra Streisand, Lars Von Trier; Direção: Jane Magnusson; Suécia/Noruega, 2018. 117 Min.
A História do cinema está recheada de grandes nomes : Tarkovsky, Einsenstein, DzigaVertov, Charles Chaplin, Fritz Lang etc. Mas, nenhum deles recebeu a Palma das Palmas D’ ouro do Festival de Cannes. O único, até então, foi Ingmar Bergman (1918-2007) por todo o conjunto de sua obra, na edição de 1998. O diretor sueco trabalhava subjetividades através de sua própria história de vida. Na comemoração do centenário de nascimento do cineasta, Jane Magnusson faz a culminância de seu projeto sobre a vida do aclamado diretor com “Bergman: A Year in a Life” (no Original).
“Bergman – 100 anos” (versão Brasileira) apresenta a vida do cineasta tendo como eixo condutor o ano de maior produção de Bergman, 1957. A partir daí aborda sua infância, sua família, mulheres, personalidade e transtornos indo para frente e para trás na linha do tempo de acordo com com o tema abarcado. Conhecido pelos aclamados filmes: “O Sétimo Selo” (1956); “Morangos Silvestres” (1957); “Persona” (1966) e “Gritos e Sussuros” (1972), o cineasta trabalha em suas obras temas como distúrbios psicológicos e famílias disfuncionais. O documentário faz parte de um projeto iniciado pela documentarista americana Jane Magnusson em 2012, no qual constam uma mini-série de documentários para TV, um longa-metragem intitulado “Trespassing Bergman” (2013) e, na celebração do centenário do diretor “Bergman: 100 anos” em circuito mundial.
Quanto aos aspectos técnicos o que salta aos olhos é a edição feita por três profissionais especialistas em documetários (Ovar Anklev, Hanna Lejonqvist e Kalle Lindberg),todos conhecidos no nicho europeu. O formato é de imagens de arquivo, entrevistas com amigos e uma narrativa em off. Nada mais comum. Mas o temas abordados e a forma com a qual é feita é o seu grande diferencial, dando a impressão de que o espectador é íntimo do cineasta, tamanha naturalidade com a qual assuntos mais pessoais são postos, incluindo a seleção das próprias expressões e frases e palavras de Bergman na imagens de arquivo. Semelhante ao documentário “Eu Sou Ingrid Bergman” (2015) sobre a vida de Ingrid Bergman ( também sueca, mas que não tem parentesco com o cineasta) a sensação é de intimidade, de proximidade e pertencimento àquela época. E ambos rendem uma homenagem aos seus protagonistas em seus centenários de nascimento.
Em suma, “Bergman – 100 anos” é o tipo de obra cinematográfica de colecionador. Uma obra enxuta, sincera, mostra os apsectos da personalidade de Bergman, para o bem e para o mal, e traz identificação com o público que é posto a viajar em sua história, seus pensamentos, suas fragilidades confessas e sua importância no contexto do cinema. A obra de Jane Magnusson vale o quanto pesa o quanto pesa e é para se ter na videoteca de casa. “Bergman: A Year in a Life” mostra o legado da Suécia para a História do Cinema.
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