‘Guerra Fria’ o Romeu e Julieta da Modernidade

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‘Guerra Fria’ o Romeu e Julieta da Modernidade

Por | 2019-02-21T00:56:07-03:00 11 de fevereiro de 2019|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Guerra Fria (Cold War/Zimna Wojna);(Drama/Musica/Romance);Elenco: Joanna Kulig, Thomasz Kot;Direção:Pawel Pawlikowski; Polônia/Reino Unido/França, 2018. 89 Min.

Depois de oscarizado por “Ida” (2014) Pawel Pawlikowski está de volta aos palcos das premiações do cinema mundial com “Guerra Fria”, um romance à la Romeu e Julieta ambientado na Polônia dos anos 50 e mergulhado na guerra fria – a polarização entre a antiga União Soviética e EUA – em que, a Polônia estava do lado da União Soviética, assemelhada a, então, Berlim Oriental. O longa não deixa de tocar sutilmente nos aspectos políticos, mas é eminentemente artístico, imerso no mundo da música através da Mazurca – dança típica polonesa.

Zula (Joanna Kulig) é uma dançarina de mazurca e cantora que seduz seu maestro e produtor Wiktor (Tomasz Kot). O romance clandestino em plena época de cerceamento de liberdades políticas e de pensamento, é uma afronta aos costumes. O amor atravessado pelos receios de perseguição é interrompido várias vezes ao longo da vida dos dois e atropelado pelos acontecimentos do cotidiano da vida de cada um. A infelicidade e a aridez é dada pela fotografia de Lukasz Zal, pela qual ganhou o sapo de prata no Camerimage – o Oscar da fotografia – e que é um dos cinegrafistas da obra-prima “Com Amor, Van Gogh”(2017)

A história é de Pawel Pawlikowski e o roteiro teve a participação do saudoso Janusz Glowacki (1938-2017) de “Moscas Caçadoras” (1969). O longa está indicado a 3 Oscares: melhor filme estrangeiro, melhor direção e melhor fotografia. Não deve levar nenhum, não por falta de merecimento, mas porque seu concorrente direto em todas as três categorias, “Roma” de Alfonso Cuarón, está abocanhando todos os prêmios dessas categorias em quase todas as premiações.

Independente disso, é importante salientar que “Guerra fria” é um filme eminentemente artístico que nos traz uma remetencia a “Ida” não somente pela fotografia mas pelas locações e que vale a pena ser conferido.A metáfora da última cena é sensacional. Pawel Pawlikowsi sabe trabalhar magnificamente bem os aspectos negativos sem ser pesado e usando metáforas sutis, sensíveis e sensacionais. Vale o ingresso.

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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