Maria Callas – Em Suas Próprias Palavras (Documentário/Biografia); Elenco: Fany Ardant, Maria Callas, Aristóteles Onassis, Vittorio De Sica, Pier Paolo Pasolini, Omar Sharif; Direção: Tom Volf; França, 2017. 119 Min.
Dizem que a última pessoa a quem se deve perguntar sobre si é ela mesma. Pode ser uma verdade, mas também uma injustiça. Afinal, todos temos direito à nossa versão de nós mesmos. É uma questão existencial dizer ao mundo o que se é a partir do próprio ponto de vista, seja ele verdadeiro (O que é verdade?) ou construído (possivelmente, tudo o é). Em “Maria Callas; Em suas próprias palavras” o diretor Tom Volf apresenta uma brilhante pesquisa de imagens de arquivos de Maria Callas, de suas apresentações de músicas inteiras a entrevistas; de takes de viagens a relatos pessoais de cartas e confissões e com isso desenha um painel de Maria Callas por Maria Callas. Traz a diva da ópera falando de si, assim como Dayana a princesa de Gales em “Princesa Dayana – Em suas Próprias Palavras”. No longa de Volf, Callas fala de sua vida pessoal, seus amores, seu trabalho e de suas apresentações, num conjunto que sacia a saudade de quem é da geração e acompanhou o trabalho da cantora e, ainda, a apresenta a uma nova geração de uma forma inteligente, enxuta e digna.
Em seu primeiro trabalho como diretor Tom Volf conta com a narração de Fanny Ardant de “Lola Pater” (2017) para relatar a história contada de lugar mais distante e contextual/temporal em que Callas vivia. Da infância à morte a Diva da Ópera, o longa é um desfile de arte musical, informação erudita e um passeio pelos jetsets mais cobiçados do High Society do planeta. “Maria by Callas” (no original) tem sua primorosidade na pesquisa de arquivos e na edição de janice Jones, dos documentários “Le Voyage Extraordinaire” (2011) e “O Inferno de Henri-Georges Clouzot” (2009). Com participações de Vittorio De Sica, Pier Paolo Pasolini e Omar Sharif, o longa vale o quanto pesa.
“Maria Callas: Em Suas Próprias Palavras” é direcionado ao público que curte documentários e ao mesmo tempo tinha algum conhecimento sobre Callas, pelo seu contexto erudito e blindado à cultura popular. Para tais é um manjar dos deuses voltado ao fomento de memória de uma das vozes mais brilhantes do mundo do canto lírico.
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