Rainhas do crime (The Kitchen)(Ação/Crime/Drama);Elenco:Elisabeth Moss, Melissa McCarthy, Tiffany Haddish, Domhall Gleeson;Direção:Andrea Berloff; USA, 2019. 102 Min.
Baseado nas Histórias em Quadrinhos (HQs) de Ollie Master e Ming Doyle, publicadas pela D. C Comics, “The Kitchen” (no original) se ambienta no bairro Hells Kitchen, bem conhecido do público das HQs de “Demolidor ” e “Deadpool” entre outros. A série de HQs tem como contexto os anos 70 na bairro violento de New York onde o poder paralelo das gangues de imigrantes irlandeses operava em consonância com a máfia. O longa versa sobre a flexibilidade de adaptação de três mulheres à realidade, após a prisão de seus maridos gangsters. Com link direto com “As Viúvas” (2018) de Steve McQueen, “Rainhas do Crime” é dirigido e filmado por mulheres contando histórias de mulheres.
Kathy (Melissa McCarthy), Rubby (Tiffany Haddish) e Claire (Elisabeth Moss) são três donas de casa sem educação formal e casadas com gangsters que se veem em dificuldades financeiras após a prisão de seus maridos. Não recebendo o suficiente da máfia para sustentar suas famílias elas decidem tomar o poder do território. A abordagem é feminina, desde os raciocínios às astúcias e as atuações das três atrizes principais são esplendorosas, com destaque para Elisabeth Moss de “Handmaid’s Tale”. O fio condutor da história é a flexibilidade humana de adaptação ao novo com ênfase na astúcia feminina e sua sutileza em compreender situações e buscar soluções para problemas. Mais que isso, mostra o desenvolvimento de potencialidades ocultas que só se apresentam como possibilidades de serem desenvolvidas de acordo com as circunstâncias, modificando o indivíduo.
Em “Rainhas do Crime” cada detalhe do enredo é importante. Com direção e roteiro de Andrea Berloff – roteirista de “Straight Outta Compton: A História do N.W.A” (2015), pelo qual foi indicada ao Oscar da categoria -o longa surpreende para alguém que está em sua primeira direção de longa-metragem.
Em suma, a adaptação de “The Kitchen” para a telona apresenta um painel dos bairros pobres de New York na década de 70, um mosaico da capacidade de reinvenção feminina, uma boa direção e atuações de respeito. Serve como divertimento em relação a transposição da HQs para o cinema e como personagem conceitual para fazer pensar sobre a flexibilidade, a inteligência e o empoderamento feminino.
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