Entrevista coletiva com Arnold Schwarzenegger – Lançamento de "O exterminador do Futuro: Gênesis"

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Entrevista coletiva com Arnold Schwarzenegger – Lançamento de "O exterminador do Futuro: Gênesis"

Por | 2018-06-16T23:52:45-03:00 5 de junho de 2015|Entrevistas|0 Comentários

 

Foto: Raphael Dias - Getty Images

Foto: Raphael Dias – Getty Images

No último dia primeiro, os jornalistas, críticos cinematográficos e a mídia especializada em cinema do Brasil e da América Latina, estiveram presentes na coletiva de imprensa realizada no Hotel Copacabana Palace, concedida pelo ator Arnold Schwarzenegger. Aproveitando a Expo de fisiculturismo, que é um produto de sua marca, deu carona ao lançamento do quinto filme da franquia “O Exterminador do Futuro” iniciada em 1984. No dia anterior,  foi dada a imprensa uma degustação do que está por vir, um footage de  vinte minutos do novo filme que estreia em breve. Simpático e  receptivo,  Arnold recebeu a todos  de muito bom humor e falou do filme, da sua paixão pelo Rio de Janeiro e até de política.

Sobre o convite para fazer o quinto filme da franquia ele se diz honrado e deu exemplos de outras franquias que trocaram seus atores como “007” e “Batman” e agradeceu aos produtores a confiança que depositaram nele. Em relação à sua coadjuvante Emília Clarke – Daenerys Targareyen de “Games of Thrones” – que viverá a Sara Connor, disse que ficou impressionado com a dedicação da atriz, seu treinamento e sua desenvoltura nas cenas de ação. Acerca das mudanças do personagem  Terminator ele respondeu que as características da personagem como máquina continuam as mesmas, ele tem dificuldades de entender sobre afetos e cita a cena do sorriso forçado e dos questionamento sobre o abraço, o que muda é o envelhecimento e a vinda na condição de protetor de Sara Connor e da  humanidade. Falou também sobre o trabalho realizado para manter o mesmo volume corporal dos filmes anteriores, para tal  teve que engordar cinco quilos e fazer exercícios duas vezes por dia. Acrescenta ainda, que as diferenças na atuação em relação aos efeitos especiais, comparado  aos filmes anteriores, em que Stan Winston mesclava os bonecos ao efeitos gráficos, é um desafio a imaginação sobre um fundo verde. Outro aspecto importante citado por Schwarzenegger foi o visionarismo de James Cameron (diretor dos dois primeiros filmes) versando sobre o domínio das máquinas. Que naquela época (31 anos atrás) era uma ficção longínqua e que hoje é praticamente uma realidade.

Mas o ponto alto da coletiva foram as respostas concernentes a política. Perguntado se, com uma agenda cheia com os reboots de “Conan” e “Os Gêmeos” ele havia desistido da política ou se pretendia se candidatar ao senado dos USA, Arnold responde, na ordem, que é um prazer voltar a fazer “Conan: O Bárbaro”de 1981, principalmente porque é um filme que mostra muito o corpo, mas que ele tem a preocupação em não se machucar, pois com o tempo a recuperação não é tão rápida, para tal continua mantendo a rotina de exercícios porque facilitam essa atividade de recuperação. Quanto a “Os Gêmeos” a proposta desta vez é que sejam  “Trigêmeos” e nessa leva entraria Eddie Murphy. E continuou dizendo que é um afortunado por ser desportista, ator e atuar no Show Business. E conta que quando iniciou sua carreira alguns diziam que seria impossível fazer sucesso na América, que seu físico era avantajado, que seu nome era impronunciável, que ele tinha um sotaque forte, que não era americano (Arnold é austríaco) e que isso seria impossível, que era para que ele esquecesse, que isso nunca iria acontecer. Bem, ele provou para si mesmo que nada é impossível e vaticinou: “Você pode mudar a realidade, nunca deixe alguém parar você”.

A última pergunta foi o ápice da coletiva. Perguntado sobre o que mais gostava no Rio, e se por acaso pudesse ser governador ou presidente o que ele faria,  Arnold respondeu que ama o Rio de janeiro. Conheceu a cidade por uma coincidência em 1970 numa escala de Los Angeles para África do Sul em que aproveitou a noite que tinha, para passear de táxi pela cidade, avistou a belíssima estátua do Cristo Redentor, visitou casas noturnas, restaurantes, a praia e ficou apaixonado pelo Rio e pelo Brasil. Por causa disso voltou várias vezes, por causa disso escolheu a cidade de Rio de Janeiro para a Expo de Fisiculturismo e que adora vir para cá para promover seus filmes e volta sempre. E sobre a política disse que não faria nada de diferente do que faria nos USA, possibilitaria uma vida melhor para as pessoas, as manteria unidas e agiria de forma correta com os diferentes partidos. Disse ainda, que entende que os partidos políticos façam negociações e lutem, mas que os políticos não são servidores dos partidos e sim das pessoas (povo). E acrescenta que quando foi governador da Califórnia a esquerda e  a direita não gostavam dele, e que ele não ligava, porque fazia com que as pessoas gostassem dele. Disse ainda que somos um pais maravilhoso, com pessoas extraordinárias, temos paisagens fantásticas e somos campeões do mundo (referindo-se ao futebol) e tudo o que fazemos, fazemos bem. E que independente dos altos e baixos deseja que estejamos sempre no topo e que o principal é seguir em frente.

É, Mr Arnold Schwarzenegger mostrou nos últimos trinta anos que é muito mais do que uma montanha de músculos, é politico – no sentido gregário – homem de negócios, atleta, diplomático  e celebridade nas horas vagas. O “Exterminador do Futuro – Gênesis” estreia 02/07 em circuito nacional. Hasta la vista, Baby!

Sobre o Autor:

Crítica cinematográfica, editora do site Cinema & Movimento, mestre em educação, professora de História e Filosofia e pesquisadora de cinema. Acredito no potencial do cinema para fomentar pensamento, informar, instigar curiosidades e ser um nicho rico para pesquisas, por serem registros de seus tempos em relação a indícios de mentalidades, nível tecnológico e momento histórico.

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