Entrevista Coletiva- Tim Maia

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Entrevista Coletiva- Tim Maia

Por | 2018-06-16T23:36:10-03:00 31 de outubro de 2014|Entrevistas|0 Comentários

IMG_0017Na última terça-feira (28) os atores Cauã Reymond, Babu Santana e Robson Nunes concederam uma entrevista coletiva pelo lançamento do filme “Tim Maia” que entra em circuito nacional neste fim de semana. Os assuntos abordados foram diversos, desde o laboratório e pesquisa dos atores Babu Santana e Robson Nunes até o critério  de escolha dos fatos que representariam as pontuações na vida pessoal de Tim Maia, no filme.

Sobre o laboratório e pesquisa feitos por Babu e Robson, eles disseram que passaram dois meses pesquisando a discografia e a fonte principal de consulta do filme, o livro de Nelson Motta  “Vale Tudo”. O que foi útil para a unidade da personagem nos dois diferentes períodos que os atores representam. E depois disso passaram de admiradores a fãs. Para Babu, mesmo acostumado a cantar na compania “Nós do morro”, precisou de preparação para achar o timbre de Tim Maia. Para Robson deixar o sotaque paulistano de lado e assimilar a ginga do sotaque carioca foi outro desafio.

Em relação as locações, “achar” uma tijuca da década de 1950 foi o “xis” da questão, então rodaram as gravações nos bairros de copacabana, urca e numa universidade na zona sul do Rio, e as tomadas feitas em Nova York duraram seis dias e foram realizadas com equipe reduzida.

O aspecto da caracterização dos personagens, que é um dos destaques do filme, renderam elogios dos atores aos maquiadores e figurinistas

Com um total de sete a oito semanas de filmagens “Tim Maia” contou com a caracterização de algumas celebridades que segundo, os atores, tiveram acesso ao roteiro e passaram por suas aprovações. Carmelo, o filho de Tim, segundo os atores,  acompanhou todo o processo de produção juntamente com Mauro Lima (diretor) e Antônia Pellegrino (roteirista). E Cauã Reymond afirma que gostou tanto do projeto que decidiu ser produtore associado. Fez a leitura do livro,  ouviu a discografia  e conversou com pessoas que foram aos shows de Tim Maia, e dos aprendizados que levou consigo, foi o da generosidade entre Robson Nunes e Babu Santana na divisão do mesmo personagem compondo uma unidade sem revanchismos.

Quando foi abordada a personalidade polêmica de Tim Maia e pedido que dissessem o melhor e o pior de Tim, a temperatura ficou bacana.

Babu: Falar do Tim e dizer que ele é polêmico, é fácil. A polêmica tem a ver com os outros (…) somos todos seres humanos, que atire a primeira pedra quem não tiver pecado, já dizia o cara da história mais famosa da humanidade. Tim Maia teve este estigma por ter o holofote da fama em cima dele (…) Tim Maia era um cara muito a frente de seu tempo, era um cara genial, não lia partituras, sabia passar o que queria, sabia quando desafinavam, tocava todos os instrumentos (…)

Cauã: Criou o próprio selo, foi o primeiro a inserir uma faixa multimídia um CD, lidava com o “show business” de uma forma diferente(…)

Babu: Alguém já parou para se perguntar o que as pessoas que o chamavam de polêmico fizeram com ele antes da fama? como foi chegar onde ele chegou? na época dele? negro, fora dos padrões de beleza? A gente sabe o que ele passou?

Robson: A gente pode considerar que ele viveu como quis e isso tem um preço. O melhor do Tim é a liberdade de fazer o que quis, de viver sem medo e o pior era ele mesmo para ele mesmo.

E Cinema e Movimento (CM) pergunta:

CM: Como foi selecionar o que ia e o que não ia entrar no filme, levando em consideração os altos e baixos da vida de Tim e a sua personalidade forte, tomando cuidado para que não ficasse antipático?

Cauã: Temos a sorte da música do Tim não ser antipática. É claro que ele tinha um temperamento super forte. E Eu acho que a gente retrata isso muito bem no filme. Com a atuação do Robson e do Babu a gente faz uma cinebiografia romanceada. É muito difícil contar a história de alguém em duas horas e vinte minutos, então a gente faz escolhas para convidar o público a conhecer a história desse cara. É um dos motivos pelo qual a gente sintetizou os amigos no meu personagem, a gente sintetiza as mulheres do Tim na personagem da Alinne Moraes. Foi uma escolha do Mauro e da Antônia Pellegrino como roteirista e uma escolha consciente para que fosse convidativo como a música do Tim. Logo, a escolha, é também de entretenimento, que é o grande objetivo do cinema. Eu, particularmente, acho nosso filme muito fiel.

CM: Quais são os projetos futuros de vocês?

Babu: Estou acabando de gravar com Marcos Jorge, o diretor de estômago, “o Mundo cão”, também estou fazendo “Fred & Lucy” no multishow e tenho um convite para fazer uma outra biografia que é a do Maguila e vamos ver o que “Tim Maia” traz também por aí.

Cauã: Estou terminando “Lingua Seca” e devo começar uma outra série, que vai até maio. Também estou na produção de “Pedro I” com Lais Bodanzky , que será minha primeira cinebiografia e devo fazer uma novela o ano que vem.

Robson: Vou retornar o meu solo “Afrobege” para viajar e continuar fazendo som com “Tim Maia” Brasil afora.

Sobre o Autor:

Crítica cinematográfica, editora do site Cinema & Movimento, mestre em educação, professora de História e Filosofia e pesquisadora de cinema. Acredito no potencial do cinema para fomentar pensamento, informar, instigar curiosidades e ser um nicho rico para pesquisas, por serem registros de seus tempos em relação a indícios de mentalidades, nível tecnológico e momento histórico.

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