‘Altered Carbon’ fomenta debate sobre estereótipos

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‘Altered Carbon’ fomenta debate sobre estereótipos

Por | 2018-06-24T11:25:08-03:00 5 de junho de 2018|Notícias|0 Comentários

Evento AFTERNOW 2018 -Debate sobre estereótipos

Desde que as produções streaming passaram a ser aceitas em festivais de cinema, como “Okja” no Festival de Cannes e “Capacetes Brancos” e “The Beasts of no Nation” pelo Oscar que se abriu  a possibilidade de chama-las de cinema. Seguindo esse raciocínio, Altered Carbon, Black Mirror e Westworld podem ser chamadas informalmente de tal. E foram esses três personagens conceituais que deram o ponta pé inicial para se pensar prognósticos futuros sobre estereótipos num evento produzido pela Black Sheep Project (BS) chamado AFTERNOW que se propõe a pensar futuro e as transformações tecnológicas produzindo debates em diversas áreas de trabalho e de convivência.

Na última segunda-feira (04/06) aconteceu em Porto Alegre mais um da série de debates que a BS produz. Nesse, o assunto foi estereótipos: de mulher, de gênero, de obesidade, de deficiência visual e de raça. Com concurso de  poesias originais que versassem sobre o tema, o talk começou divertido e politizado até se tornar uma sala de conversas e trocas de experiências sob a moderação da google women e ativista digital pelos direitos da mulher e diversidade Estela Rocha. As convidadas foram: Agni Oliveira, modelo trans profissional; Jessica Balbino, jornalista e mestre em comunicação; Joseane França, modelo, cega, ativista e que faz parte do coletivo inclusivas; Patrícia Carneiro, estrategista de negócios e moda e Priscila Chagas, museóloga, pesquisadora e modelo plus size. As questões a bordadas foram relativas a estereótipos de mulher, de transgênero,  de cegos e negros com relatos de experiência e as leituras equivocadas que a sociedade faz desses indivíduos e a expectativa disso para o futuro. E aí entra Altered Carbon com sua abordagem para além do corpo e da aparência. Com uma história contextualizada na época ‘Blade Runner”onde a aparência é só aparência, só uma capa que os indivíduos vestem de acordo com suas condições financeiras. O conceito de morte se modifica e as relações também. Com um público de homens e mulheres interessados e afinados com as questões, independente de fazerem parte ou não dos estereótipos abordados, todos foram muito bem vindos e  a conversa foi longe. Difícil foi ir embora.

A Black Sheep Project é hub que propõe debates sobre inovação criativa buscando o público ou levando-os  para  os lugares mais inusitados para realização de seus eventos, quebrando o paradigma do aprendizado e produção de conhecimento estar legado a uma sala de aulas ou a um auditório. De fábrica de cervejas artesanais a barco no Rio Guaíba. Dessa vez, foi no Pier X do Iguatemi a troca de experiências, a atividade de aprendizado e a resistência ao preconceito e a discriminação. Com patrocínio da Warren, Zenvia e UniRitter e apoio do SEBRAE, Vrana Hub, Reverso – Agência de relações Públicas, ABADIS-RS (Associação Brasileira de Agentes Digitais) e ARP (Associação Rio Grandense de  Propaganda) o talk sobre assuntos que ninguém quer falar fez sucesso no coração da elite portoaegrense.

O objetivo maior é discutir, conhecer as questões de cada um e quebrar barreiras preconceituosas, desconstruindo estereótipos e promovendo a empatia e aceitação do outro com suas diferenças. Combatendo o isolamento e a ignorância.E que bom saber que o cinema tem seu espaço de colaboração, como um artefato, quase que didático, para fazer pensar, materializando imageticamente ideias de mundo,espaços, circunstâncias, relações e estados de coisas que estão em latência em nossa sociedade. Como diz Armandinho da tirinha de Alexander Beck “Vamos mudar o mundo….e já estamos nos reunindo”.

 

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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