Vingadores – Era de Ultron

Vingadores – Era de Ultron

Por | 2015-04-24T01:32:17-03:00 24 de abril de 2015|Resenha cinematográfica|0 Comentários

Vingadores: Era de Ultron (Avengers: Age of Ultron). (Ação/Aventura/Ficção Científica); Elenco: Robert Downey Jr., Chris Evans, Mark Ruffalo, Chris Hemsworth, Scarlett Johansson, Jeremy Renner, James Spader, Paul Bettany; Direção: Joss Whedon; USA, 2015. 141 Min.

Desde o surgimento do grupo de super-heróis das histórias em quadrinhos (HQs) da Marvel em 1963, em resposta comercial à “Liga da Justiça” da rival DC Comics, que o mundo dos comicmaníacos acompanha as várias formações do grupo, suas diferentes fases comerciais, de variações de autores e desenhistas, de mudanças de estilo e de decisões de roteiro. Para entendermos a excelente amarração da história dos heróis nos “Vingadores – Era de Ultron” –  que perpassa os cinquenta e dois anos na formação do grupo – um pouquinho de história.

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Criados por Stan Lee, (que aparece no filme), Jack Kirby e Dick Ayers que tiveram a ideia de juntar os heróis mais poderosos da terra, e os primeiros, com autorização governamental para atuar na defesa da segurança pública, “Os vingadores” tem sua formação original com Thor, Homem de Ferro, Vespa, Homem-Formiga e Hulk.  Seu primeiro recrutado é o Capitão América, situação essa que se repetiria durante a década de 60 com  vilões regenerados como: Gavião o Arqueiro (Jeremy Renner), os mutantes Mercúrio ( Aaron Taylor-Johnson) de “Godzilla”, a feiticeira Scarlate (Elizabeth Olsen) de “Capitão América 2” e outros. No final da década de 80, ainda nas HQs,  o nicho de atuação muda para a linha de combate a vilões que nenhum super-herói conseguiria enfrentar sozinho, mesclando os membros fundadores e os novos recrutas. No Brasil, só viemos conhecê-los em meados da década de 7o, esporadicamente. A partir da década de 80 com uma periodicidade mais constante. Foi no momento em que entrou para o grupo o Visão (Paul Bettany). Em 2010, a “Era heroica” nas HQs, a linha deixou de ser sombria para ser mais otimista, mais colorida, mais alegre. E apesar de toda violência e destruição, não se vê uma gota de sangue. O que no nicho do cinema amplia a classificação indicativa para uma galerinha mais jovem.

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Hoje com o advento do audiovisual – o cinema que apresentou um homem voando pela primeira vez na década de 70, o Super-man, e que embasbacou a todos –  da virtualidade e da computação  gráfica, a vertente é a do exacerbo de poderes e o superdimensionamento da ‘realidade’. Diferente das HQs, que alcançavam um público fiel, mas específico, o cinema maximiza esse alcance e possibilita a exploração dos temas abordados para uma massa gigantesca simultaneamente.

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A franquia “Vingadores” para o cinema explora aspectos referentes as interações entre humanos, super-humanos, inumanos, heróis mecânicos, vilões regenerados e seres sobrenaturais. E ressignifica o conceito de ser humano ou de super-humano e as responsabilidades de se ser um super-herói. “Vingadores – Era de Ultron” é a continuação divertidíssima  da franquia cinematográfica e consegue fazer uma costura dessa história toda das HQs em 141 Minutos.As referências são várias: de ´”Star Wars” a “Frankstein”, de “O Médico e o Monstro” a “Bela e a Fera”, além das citações bíblicas de Ultron – a inteligência artificial, criada por Tony Stark/Homem de Ferro (Robert Downey Jr.) –  que veio trazer a paz, mas como não vê no homem capacidade para manter a paz acha melhor destruir tudo, inclusive os Vingadores. Os aspectos filosóficos são muitos, mas a obra não se objetiva a isso, é um produto muito bem acabado em relação ao nicho a que pertence – HQs e animação – que foca em manter o público das HQs em outra modalidade tecnológica e na diversão. Traz piadas e faz rir com tiradas inteligentes, com destaque para o momento em que um dos componentes do grupo consegue erguer o  martelo de Thor e o devolve ao herói – de arrancar palmas do público – e com um time muito bem calculado.

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Mais uma vez o CGI (Computer Graphic  Image) é o personagem principal, literalmente. Faz  o  filme ser  o que é, e gera Ultron (James Spader – voz) um personagem virtual com o qual todo elenco teve que atuar. A destruição possibilitada pelos efeitos especiais é potencialmente maior. E por falar nisso, se tem uma palavra que define “Vingadores – Era de Ultron” é grandiosidade, tudo é superpotencializado. A trilha sonora é de alta tatibilidade assinada por Danny Elfman (“Os Simpsons”) e Brian Tyler (“Guardiões da Galáxia”) e a direção é de Joss Whedon de “Toy Story” (1995) pelo qual foi indicado ao Oscar.

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“Vingadores – Era de Ultron” é um filme para quem quer se divertir e promete deixar ligados os fãs dos quadrinhos das décadas de 70 e 80 e ainda arrebanhar as novas gerações mundo afora. Até porque se renovou, soube usar a tecnologia para dar ares de realidade a feitos que só na imaginação e no desenho são possíveis existir. Ah! E não saia da sala antes créditos, tem uma janela para a continuação, até então chamada de “Vingadores: Guerra Infinita- Parte 1 (2018) e Parte 2 (2019). Numa palavra? Divertidíssimo.

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Sobre o Autor:

Crítica cinematográfica, editora do site Cinema & Movimento, mestre em educação, professora de História e Filosofia e pesquisadora de cinema. Acredito no potencial do cinema para fomentar pensamento, informar, instigar curiosidades e ser um nicho rico para pesquisas, por serem registros de seus tempos em relação a indícios de mentalidades, nível tecnológico e momento histórico.

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