‘The Cleaners’ e a pseudo liberdade

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‘The Cleaners’ e a pseudo liberdade

Por | 2019-03-27T12:19:25-03:00 27 de março de 2019|Recomendados|0 Comentários

The Cleaners(Documentário);Participações:Mark Zuckerberg, Donald Trump, Nicole Wong,Sara T. Roberts, Ilma Gore, Abdulwahab Tahhan, Khaled Barakeh, David Kaye, Mocha Uson, Ed Lingao, Antonio Garcia Martinez, Yaman Akdeniz, Sabo, Nay San Lwin;Direção:Hans Block e Moritz Riesewieck; Alemanha/Brasil/Holanda/Itália/EUA/Japão/Suécia/Áutria/Suiça/Dinamarca/Canadá, 2018. 108 Min.

Desde o vazamento de informações confidenciais através de Julian Assange do Wikileaks, que lhe rendeu o exílio até hoje, aos relatos de Edward Snowden em “CitizenFour” (2014), que se questiona a definição de democracia na prática para além do conceito e a estratégias de manutenção desse estado de coisas. Agora é a vez dos holofotes se voltarem para os conceitos de liberdade de expressão, censura e responsabilidade corporativa passeando pelo trabalho secreto dos limpadores digitais.

Moritz Riesewieck e Hans Block estão em seu primeiro trabalho de documentário com a colaboração do roteirista Georg Tschurtschenthaler de “Digital Disseidenten” (2015) e; “1968: The Global Revolt” (2018) realizaram o documentário “The Cleaners” com um pool de financimento de 11 países, que consiste em filmagens na Alemanha, Brasil, EUA, Inglaterra, Filipinas, Indonésia e Turquia; depoimentos de moderadores de conteúdo em redes sociais em Manila, nas Filipinas (um trabalho secretos que chega a analisar 25 mil imagens e vídeos impactante por dia. Atividade essa que, ao longo do tempo, é considerada tão nociva psicologicamente que é comparada ao equivalente a atividade de soldados em conflitos); trechos de audiências jurídicas de altos executivos do Google, Twitter e Facebook sobre as responsabilidades das corporações e outros. “The Cleaners” descortina a ilusão de liberdade que achamos que temos ao publicarmos em redes sociais.

O documentário foi pre-selecionado para a shor-list do Oscar 2019, ganhou o Prix Europe de melhor documentário, a mesma categoria no Festival Internacional de Moscou e teve sua estreia mundial no Sundance Film Festival de 2018. Além de outros prêmios mundo afora.

Personagem conceitual poderoso para pensarmos sobre liberdade de expressão, censura, responsabilidade corporativa e democracia “The Cleaners” é mais um grande documentário a figurar no panteão das obras cinematográficas como: “Google: O Cérebro do Mundo” (2013) de Ben Lewis e; “A Fábrica de revoluções” (2013) de Franco Fracassi. O longa é um achado corajoso que cumpre bem o papel informativo, mesmo que não tenha sido essa sua intenção. Impactante!

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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